quinta-feira, 6 de março de 2014

Espaço no bairro Portão promove um carnaval cultural em Curitiba

“Dois aparelhos da exposição ‘Antitotem’.”
Atividades envolvem uma imersão na história e no cotidiano alemão, exposições, shows e sessões de cinema

Por Fernando Garcel

O Portão Cultural, reaberto em junho de 2012, costuma oferecer conhecimento e lazer para os visitantes. Para quem não conhece, vale dar uma circulada pelo local, que abriga o Museu Municipal de Arte de Curitiba (MuMA), o Auditório Antonio Carlos Kraide, a Casa de Leitura Wilson Bueno, o Cine Guarani e outros espaços destinados a cursos e educação. A maior parte deles é gratuita e de fácil acesso para o público. Neste carnaval, o espaço foi uma das atrações para o público que ficou na cidade.

Engana-se quem pensou que arte está destinada apenas para percepção visual. Isso é o que prova o MuMA com o Centro de Arte Digital, que conta com a mostra Antitotem de Lúcio de Araújo. Uma construção sonora que causa a imersão no fluxo das cidades e levou o aparato tecnológico as ruas. “O Antitotem se mostrou uma grande confusão em um primeiro momento. Depois, pude perceber que aqueles sons fazem parte de nosso cotidiano na cidade”, diz o administrador Luciano Henrique, que passeava pelo local.

Também esteve exposto para o público um projeto de Fábio Alves intitulado Crescografia. Baseado em arte composta por plantas sensíveis ao toque, a instalação causa interação com os três sentidos da percepção: tato, visão e audição. As plantas expressivas causaram fascínio em Lorena, 9 anos, e na irmã Yasmin, de 4 anos. Êxtase igual, se não maior, demostrava Flavia Gobara Falci, engenheira mecânica e mãe das crianças que as acompanhava para mais uma sessão de contação de história na Casa de Leitura Wilson Bueno. “É espantoso, pois as plantas não agem de forma automática. O tom emitido varia de acordo com a pessoa que toca a planta. Impressionante!”, diz.

Outra exposição aberta ao público é o II Ciclo da Fotografia Portuguesa no Brasil, que busca, pelo tema Memórias, o passado de imigrantes portugueses e seus relacionamentos com o Brasil. A mostra reúne dez fotógrafos lusitanos.

Para quem já voltou do carnaval, nos dias 8 e 9 de março, ocorre no Portão Cultural um curso de fotografia pinhole destinada a alunos de 10 a 16 anos, que estudam em escolas municipais próximas ao bairro. Os jovens irão construir câmeras analógicas a partir de caixas de fósforos e irão fotografar os arredores do museu. As imagens serão expostas em 22 de março, quando se encerra a atividade.

Uma das exposições que mais chamaram a atenção da dona de casa Andreia Trevisan, 40 anos, foi Alemanha de A a Z. A mostra sobre a cultura alemã aborda inúmeros temas do cotidiano e da história do país. Existem 26 estandes multimídia e interativos, um para cada letra do alfabeto. Os temas são variados, de política à culinária, chegando até o futebol, a paixão dos brasileiros. A exposição esteve na China, Estados Unidos e México. Antes de Curitiba passou por Blumenau, Brasília, Salvador e Recife. Andreia diz que sempre que há novas exposições volta ao espaço cultural com os filhos. “Sou frequentadora!” afirma.

Nos dias 3 e 4 de março, o músico Glauco Sölter e o convidado Sergio Albach fizeram um show didático com o lançamento do trabalho instrumental “Dois em Um”, um álbum duplo que contém os discos intitulados “Coletânea” e “Novidade”. O primeiro disco citado é uma coleção de faixas remasterizadas do compositor e o segundo um conjunto de faixas inéditas. A entrada foi franca.

Veja fotos das atividades: 

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