terça-feira, 30 de junho de 2015

"Fog" agrada público no Festival Olhar de Cinema


Produção exibida no dia 15 de junho teve sala cheia e discutiu a solidão e as práticas bizarras do nosso dia a dia

Por Michelle Machado

O documentário "Fog" (neblina) foi exibido no dia 15 de junho, no Espaço Itaú do Shopping Cristal. O filme usa das imagens para discutir temas como a solidão e a rotina do dia a dia. Segundo o que foi apurado pela nossa reportagem, a produção da diretora suíça Nicole Vögele era uma das mais aguardadas pelo público do Festival Olhar de Cinema. A sala estava praticamente lotada. 


Ao longo dos 60 minutos, "Fog" tratou de neblina e solidão, mostrando pessoas comuns em suas atividades diárias. Ainda que a obra não deixe isso claro, a mensagem parece querer discutir como essas práticas carregam elementos bizarros.

A exibição do filme contou com a presença de uma das produtoras e agradou muito ao público. O estudante Rafael Marques, 22 anos, saiu maravilhado da exibição. “Fog foi um dos melhores filmes que assisti na vida."

domingo, 28 de junho de 2015

Filme de Jorge Forero tem discurso plural sobre a violência


"Violência" foi exibido no dia 15 de junho e problematizou a banalidade com que geralmente enxergamos a violência na sociedade ocidental

Por Patrick Ribeiro 

O filme "Violência", do cineasta colombiano Jorge Forero, é composto por três historias, que abordam o universo da criminalidade, do contrabando e das milícias na Colômbia. A brutalidade das cenas apresentadas pela trama não são muito diferentes do que o público brasileiro está acostumado a perceber, mas é preciso refletir um pouco mais sobre a obra. 

A violência é intrínseca ao modo de vida dos ocidentais, de tal forma que se torna banalizada para a plateia. No filme e Ferrero, o personagem interpretado por Rodrigo Velez, da primeira narrativa, foi sequestrado e acaba sujeitado às imposições de um grupo de guerrilheiro. Não há diálogos. A angústia do personagem se expressa pelo rosto do protagonista, que vive acorrentado em uma floresta. Sem perspectiva alguma de fuga.  

A segunda narrativa apresenta o cotidiano de um jovem suburbano desempregado, que se torna um paramilitar. Sua vida é marcada pela violência do Estado, que também é banalizada e quase "imperceptível". A trama se desenvolve nos relacionamentos que o personagem estabelece com a sociedade a partir de temas como sexualidade, criminalidade e vocabulário. 

A última narrativa expõe o cotidiano de um homem, vivido por David Aldana. Gentil e amigável na sua vida íntima, mas opressor como líder paramilitar. Essa é a trama que mostra como Forero busca um retrato plural em seu discurso sobre a violência, sem buscar lados do bem ou do mal. Há sempre uma relação multifacetada sobre o tema nos personagens e nas instituições que os afetam. 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Professores de Jornalismo do UniBrasil participam de eventos em festival de cinema

Paulo Camargo discute importância dos clássicos. Foto: Clayton Rucaly.

 Docentes, que estiveram no evento representando o site A Escotilha, debateram rumos da crítica de cinema no Brasil

Por Clayton Rucaly

Professores de Jornalismo do UniBrasil - Centro Universitário marcaram presença na programação do Olhar de Cinema - Festival Internacional de Cinema de Curitiba. No dia 15 de junho, Paulo Camargo e Rodolfo Stancki participaram de debates sobre crítica de cinema na Livraria Cultura, do Shopping Curitiba. 

Os dois acadêmicos participaram das atividades representando o site A Escotilha. Stancki participou da mesa-redonda "Critica cinematográfica digital", ao lado dos críticos Luiz Carlos de Oliveira Junior, Ariel Schweiter e Filipe Furtado. 

O publicitário Alejandro Mercado, que também trabalha n'A Escotilha, disse que o evento foi proveitoso. "A principal lição que pode ser tirada é que a crítica em cinema é importante, especialmente como forma de ampliar a visão e as compreensões do filme e do cinema enquanto arte." 

Ao discutir o ambiente digital, o debate deixou uma provocação para o público: como discernir uma boa crítica no ambiente digital, em que todas as pessoas podem acessar ferramentas de produção de conteúdo? "Precisamos ter filtros sobre a profundidade dessas análises, para não ficarmos restritos aos pontos de vista que são iguais aos nossos", diz Mercado. 

Professor Rodolfo discute crítica de cinema digital. Foto: Alejandro Mercado / A Escotilha / Reprodução. 
O professor Paulo Camargo discutiu "O papel dos filmes clássicos na formação do olhar", ao lado de Pablo Villaça, Pedro Plaza e Willian Bagioli. No início da discussão, os participantes comentaram que um clássico é definido assim por diversos fatores, como a mensagem, a periodicidade e a qualidade do produto. 

Outro tema apresentado pelos debatedores foi o hábito "vira-lata" dos brasileiros ao não valorizar o cinema nacional. Isso é ainda mais enfático nas produções independentes, que desaparecem diante dos grandes títulos de Hollywood e da Globo Filmes. "O cinema brasileiro tem desafios. Esse não é um problema endêmico, mas a verdade é que a arte é desvalorizada aqui e é preciso lutar para sobreviver", avaliou o docente do UniBrasil.

Camargo também vê com olhar positivo o modo como o cinema tem ganhado importância na vida das pessoas. "Mais do que nunca, as pessoas têm acesso aos filmes feito por brasileiros e os meios de comunicação estão divulgando com mais ênfase nosso cinema", concluiu.

Bang Bang foge dos padrões convencionais

Filme satiriza gênero policial. Foto: Reprodução / Cinemateca Brasileira. 
Produção é um clássico do cinema nacional e, ainda hoje, causa estranhamento em quem está acostumado às produções hollywoodianas. 

Por Clayton Rucaly

Sabe quando sua mente está cauterizada por um tipo de produção cinematográfica e você não sabe absorver algo diferente? Conhece a sensação de ser apresentado a um trabalho inovador e suas ideias se confundirem a ponto de não encontrar conclusão alguma? Pois essas foram as minhas sensações após assistir ao filme Bang Bang (1971), da diretora Andrea Tonacci. A produção é uma história em preto em branco que satiriza uma perseguição policial. Nessa aventura, um homem neurastênico (síndrome em que o paciente está constantemente irritado) se vê envolvido amorosamente com uma bailarina espanhola em meio a uma gangue que o persegue.

O filme é um clássico do cinema nacional e foge de muitos padrões que estamos habituados a ver nas salas de exibição. Isso me causou estranhamento, mas as coisas pareceram se encaixar. A fotografia em preto e branco enfatiza o cenário, especialmente a bela arquitetura de Belo Horizonte. No rosto dos atores, o destaque é a expressão dos sentimentos intensos.

Para um consumidor de produções hollywoodianas como eu, o desconforto durante a projeção foi inevitável.  Precisei me esforçar para analisar o ambiente e não apenas consumir o título. É preciso pensar nos detalhes e se deixar perder. Se for ao cinema ver, por favor, evite cochilar como alguns indivíduos na sessão de exibição do festival Olhar de Cinema.